terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fanfic Capítulo 7 - A Fera

Postado por Mah da Cunha
Oi gente!!!
Bom voltei com o Blog. então continuarem a postar a Fanfic rs
Espero que alguém ainda esteja lendo rsrs

Edward insistiu que eu jantasse antes da nossa conversa. Eu comi meio sem graça, pois seus olhos estavam sempre em mim. Quando eu terminei, Edward abriu uma porta que havia ao fundo do salão de jantar. Como eu nunca havia reparado nessa porta? Estou demasiadamente distraída nos últimos dois dias. Ele me guiou através daquela porta e fomos parar em um amplo jardim florido.
O pátio era de pedra e o jardim enfeitado com rosas de vários tipos e cores, mas a predominante era a vermelha. Haviam algumas árvores floridas por ali e bancos brancos espalhados pelo pátio. O chão estava coberto de folhas e uma leve brisa fazia com que mais folhas caíssem. Edward me levou para um dos bancos e se sentou, indicando logo em seguida para eu fazer o mesmo. Dei uma olhada ao meu redor, distraída com tamanha beleza. O céu estava limpo, a chuva havia passado e a lua cheia estava alta no céu. O lugar estava na penumbra, éramos iluminados apenas pelo luar. Olhei sorrindo para Edward e ele me estendeu uma rosa vermelha, me pegando de surpresa.
– Nossa, obrigada. – eu disse estupefata com seu gesto.
– Viu? Eu sei ser um cavalheiro quando eu quero. – ele disse sorrindo um pouco.
– Poderia querer mais vezes. – eu disse e logo depois me arrependi. – Perdoe-me, fui grosseira.
– Tudo bem, não é como se eu não te entendesse. – ele disse e desviou o seu olhar para a lua.
Ele parecia tão calmo ali, sentado admirando a lua. Cheirei levemente a rosa e sorri. Seu perfume era delicioso, mais perfumada do que qualquer rosa que eu já vira. Ela tinha algumas gotículas de água em suas pétalas e folhas e estava muito bem cuidada, como o resto das outras flores.
– Tudo aqui é tão lindo. – eu murmurei e Edward se voltou para mim.
– Gosta daqui?
– Sim, é encantador. Pena que o inverno está chegando e logo não restará mais nada. – eu disse triste.
– É verdade, mas depois do inverno sempre vem a primavera. – ele disse e deu um leve sorriso.
– Acho que é isso que torna a vida suportável. Depois de algo ruim, sempre vem algo bom.
– Eu não diria isso. – ele falou ficando sério. O que eu disse de errado?
– Por que fala assim?
– Por que nem sempre algo bom acontece após um fato ruim. Às vezes a parte ruim perdura. – falou olhando o horizonte, perdido em seus pensamentos.
– Sempre há esperança. – eu falei, não querendo acreditar em seu ponto de vista.
– Talvez. – ele disse dando um leve sorriso torto, fazendo com que meu coração acelerasse. – Sinto muito que você tenha presenciado aquilo em meu quarto. Não era para você ter visto. – ele falou um tanto triste.
– Está tudo bem. – disse querendo acreditar em minha própria afirmação. – Se me permite, tenho uma pergunta a fazer.
– Pergunte.
– Saiba que apenas pergunto por que a curiosidade me corrói...
– Imagino, você é uma jovem bastante curiosa. – ele disse sorrindo zombeteiro me fazendo corar.
– Bem, sim, apesar de tentar controlar.
– Não se preocupe. Agora, a sua pergunta seria? – ele me olhou inquisitivo e eu suspeitava que ele já sabia o que eu iria perguntar.
– Edward... o que é você? – ele suspirou alto e me olhou sério.
– Eu não sei. – sua resposta me surpreendeu e eu o olhei pasma.
– Não sabe?
– Bella, se lembra quando eu disse que havia chegado a hora de você saber um pouco mais sobre mim? – eu assenti e ele continuou. – Há mais de trezentos anos, eu e minhas irmãs viemos da Hungria para fazer da Inglaterra o nosso novo lar. Nossos pais nos visitavam frequentemente, mas não podiam ficar pois tinham um reino para cuidar.
– Oh, meu Deus! Você é o príncipe das lendas! – eu disse surpresa. Seria possível?
– Sim, eu sou. Mas suas lendas estão erradas, a história é completamente diferente do que contam por ai. São apenas especulações, ninguém nunca soube o que ocorreu de verdade, a não ser minha família e os empregados.
– Quer dizer que vocês moram aqui a mais de trezentos anos? Não envelhecem? Não morrem? Até mesmo os empregados? – eu falei mais incrédula do que nunca.
– Sim, Bella, nós fomos amaldiçoados. – ele disse com pesar.
– Amaldiçoados? Isso é possível?
– Sim, é. Eu já fui cético como você também. Deixe-me contar como tudo começou.
– Sim, por favor. – eu disse e ele riu levemente pela minha curiosidade.
– Na época eu não era um rapaz grosseiro, como você gosta de acentuar, eu era alegre, cortês, gentil e muito estimado pelas pessoas. Quando chegamos não havia cidades, apenas vilas ao redor e eu ajudava sempre que podia os locais. Eu tomava conta da região e era responsável pelas minhas irmãs. Apesar de Rose ser a mais velha, eu era o homem, então eu era o dono do Castelo e tinha que cuidar de tudo. Meu pai se orgulhava muito de mim, dizia que eu seria um bom rei para a Hungria. – Edward soltou um longo suspiro antes de continuar – Rosalie e Alice gostavam de estar entre o povoado e em poucos meses Rosalie já se encontrava apaixonada por um local e se casou com ele. Apesar de não ser nobre, nosso pai aprovou a união pois Rosalie o amava. Ele sempre superestimou o amor, nos ensinou desde pequeno que deveríamos fazer de tudo para ficar com a pessoa amada, mas também sempre ressaltava os nossos deveres para com o nosso país. Sendo assim, não seria surpresa que eu me tornasse um romântico. As jovens das vilas ficavam deslumbradas com meus encantos e eu adorava cortejá-las. Eu era um grande namorador. – ele falou e soltou uma risada.
Era tão estranho vê-lo rir, ele sempre estava com uma carranca no rosto. Ele parecia um pouco mais leve agora, e com um olhar tão saudoso que me deixava ainda mais curiosa.
– Ainda sim, eu não passava dos cortejos. Respeitava demais as donzelas para ir além. Logo depois do casamento de Rose, Alice se casou com um duque e eu vi que apenas eu não havia encontrado o amor. Emmet e Jasper me apresentavam primas e outras donzelas na esperança de que eu me apaixonasse, mas isso nunca aconteceu. Os anos passavam e eu já estava com vinte um anos quando meu pai trouxe da Hungria minha futura esposa. Ela era uma condessa, seu nome era Tanya, ela era loira e possuía traços perfeitos. Era o tipo de senhorita que deixava os homens aos seus pés e gostava disso. Mas para a surpresa de todos, eu não gostei dela. Seu olhar frio e seu ar esnobe me davam náuseas. Discuti com meu pai, eu não queria me casar com ela, queria me casar por amor como minhas irmãs. Mas ele disse que eu estava passando da idade de me casar, que se não tivesse nenhuma pretendente teria que me casar com Tanya. Era inadmissível que eu estivesse solteiro quando fosse subir ao trono.
– Mas já estava na hora de você assumir o seu lugar? Pensei que seu pai teria...bom...falecer primeiro. – eu disse sem graça pela indelicadeza.
– Bem, é o que diz a tradição, mas meu pai estava cansado e doente. Esquecia facilmente as coisas e isso para o governo era péssimo. Eu teria que inevitavelmente assumir o seu lugar e deveria ter uma esposa quando isso acontecesse. Não vi outra saída a não ser tentar gostar de Tanya. Eu bem que tentei mas a sua presença me enjoava, já ela estava cada vez mais encantada por mim. Foram vários dias tentando até que resolvi jogar tudo para o alto, fui até uma taverna e tinha a intenção de me embriagar quando eu vi uma bela donzela saindo de lá. Era Christal, ela era a filha do dono, tinha ido ajudar o pai com os fregueses. Fiquei louco por ela, era tão linda e delicada, diferente das outras jovens. Passei semanas cortejando-a às escondidas, ela sempre me evitava pois estava noiva. Até que em uma semana ela sucumbiu, e tivemos uma intensa noite de amor. Voltei ao castelo feliz, estava ansioso para contar ao meu pai que havia encontrado minha futura esposa. – Edward de repente se calou e sua expressão era séria...torturada.
– Edward? – eu disse largando a rosa no banco e tocando seu ombro.
Ele tocou minha mão com delicadeza e a acariciou levemente com seus dedos frios. Era um gesto tão carinhoso e gentil, e ao mesmo tempo tão carente. Ele tirou sua mão da minha e eu retirei minha mão de seu ombro. Ele se voltou para mim e me deu um sorriso triste.
– Meu pai havia acabado de voltar de viajem e detestou as minhas boas novas. Ele havia comunicado ao reino que eu iria me casar com Tanya e que quando retornasse seria para oficializar o noivado. Um rei nunca pode voltar com sua palavra, todos estavam ansiosos pela união, principalmente os nobres. Ele ordenou-me esquecer Christal e arrumar minhas malas para ir embora. Naquela mesma noite eu mandei uma carta falando de minha situação para Christal e falando que iriamos fugir, pois era ela quem eu queria ao meu lado. Esperei ansioso por sua resposta e tudo o que recebi foi uma simples carta dizendo que tudo não passou de um erro e em baixo havia um grande “adeus”. Fiquei transtornado, e quando vi já estava na estrada rumo à sua casa. Eu a encontrei nos braços de seu noivo, os dois bêbados na taverna rindo. Quando ela me viu ela me disse que nunca foi nenhuma donzela e que tudo não havia passado de um jogo. Era disso que ela gostava, enganar rapazes românticos, quebrar seus corações por diversão. E seu noivo era cumplice, ele gostava de ver a face arrasada dos rapazes. Eu vi naquele momento que eles não tinham escrúpulos, eram dois loucos a procura de um idiota para se divertirem. Fiquei confuso, frustrado, furioso. Não entendia porque haviam feito aquilo comigo. Comecei uma luta corporal com o noivo dela e saí perdendo, sendo esfaqueado no abdômen. Saí da taverna humilhado, deixando para trás a risada dos bêbados.
– Que horror! Qual o sentido de brincarem com seus sentimentos?
– Uma coisa que eu aprendi, Bella, é que o ser humano é mau e ele não precisa de razões para ser mau. Ele pode torturar alguém simplesmente porque não gostou de seu rosto. Ele pode maldizer uma pessoa, simplesmente porque se satisfaz assim. Foi isso o que aconteceu. Foi tudo uma diversão, um passa tempo. Nada havia sido real.
– Eu sinto muito. – eu disse sendo verdadeira e ele sorriu levemente, mas logo esse sorriso se desfez.
–Quando cheguei ao castelo quem me recebeu foi Tanya. Eu estava chorando e gritando. Ela me acolheu em seus braços e começou a chorar, pois eu estava morrendo. Ela dizia que conhecia forçar ocultas e que poderia me salvar, que tudo ficaria bem. Eu falei que nada ficaria bem porque meu coração havia sido quebrado. Tanya me indagou sobre o que eu falava e lhe contei tudo o que havia acontecido. Ela me largou no chão, se sentindo traída, disse que eu não precisava me preocupar pois eu não iria morrer, nunca, ela cuidaria para que eu vivesse durante muito tempo... em um inferno. E foi isso o que ela fez. Eu não acreditava em magia, mas Tanya tinha conhecimento dela, e então ela me amaldiçoou, a mim e a minha família.
– Deus! Mas por quê?
– Tanya sentiu que eu a havia usado. Havia conquistado ela para depois abandoná-la, mas não foi assim. No entanto, ela sempre havia sido uma pessoa rancorosa e vingativa. O seu coração ficou cheio disso quando eu revelei o que havia ocorrido.
– E depois? O que aconteceu? – perguntei não aguentando de curiosidade.
– Minha ferida cicatrizou, mas o meu corpo ficou gelado como o de um cadáver, a minha aparência era a de um morto. Meus olhos, antes verdes, perderam a cor e ficaram sem vida. O mesmo aconteceu com a minha família, todos ficaram como cadáveres. O castelo também se transformou, antes era todo iluminado e cheio de esculturas de anjos. Ele se transformou em algo tenebroso e profano. A floresta ao redor ficou escura e densa. Mas isso não foi o pior. Meu pai vendo o que ela havia feito tentou mata-la em um ato de fúria, mas foi ele quem saiu morto. Usando seus dons, Tanya fugiu nos deixando à mercê de sua maldição. Tentamos ir atrás dela, mas descobrimos que sua maldição tinha outros efeitos. À luz do sol nós enfraquecemos. Minha família pode passar um pouco mais de tempo exposto, mas comigo é pior. Cinco minutos são o suficiente para que eu fique fraco até mesmo para andar, enquanto eles conseguem ficar até três horas até chegarem nesse estágio.
– Então, com você, a maldição foi pior?
– Muito. Eu não posso me alimentar, a comida não fica em meu estômago, é imediatamente rejeitada.
– Do que você se alimenta então? – eu perguntei temerosa, já sabendo a resposta.
– De sangue. A primeira vez que descobri isso foi um choque e quase matei uma das empregadas. Descobri que isso só acontecia comigo, pelo menos uma vez por semana eu sentia a urgência de sorver sangue e atacava algum empregado. Felizmente nunca matei ninguém, minha audição ficou mais aguçada com a maldição e eu sempre paro quando escuto o coração começar a bater fraco. Descobri também que, ao contrário dos outros, os meus reflexos são mais rápidos e minha força é maior, algo necessário quando se caça na floresta.
– Caçar? Como assim? – perguntei sem entender o que ele quis dizer.
– Sorver sangue humano por algum tempo foi algo perturbador, então passei a caçar os lobos que surgiram na floresta. Foi ai que surgiu a lenda do Deus do Bosque. – ele disse e riu um pouco.
– Ah! Isso explica muita coisa. O que você quis dizer com “os lobos que surgiram”?
– Quando Tanya transformou a floresta, ela colocou lobos nele que servem de vigias. Todo empregado, ou forasteiro, que tenta sair do castelo é morto. Se alguém estiver caminhando pelo bosque eles o guiam até o castelo. A pessoa busca abrigo e depois tenta ir embora, mas é morta assim que sai. Alguns empregados tentaram fugir depois de tudo o que ocorreu mas foram mortos logo em seguida. Os únicos que não são atacados são minha família, e eu, claro. Mas isso não é uma vantagem, de qualquer jeito, visto que se sairmos daqui, mesmo que à noite, não poderíamos viver como pessoas comuns na cidade. Passaríamos o dia escondidos e as pessoas começariam a falar. Logo haveria rumores de que havíamos vendido a alma para o diabo ou que éramos bruxos. Não demoraria e estaríamos ardendo em uma fogueira. – ele disse dando um sorriso sem humor.
– Os empregados, por que não são como vocês?
– Não sabemos. Alguns anos depois, recebemos uma carta de Tanya que estava em seu leito de morte. Ela se dizia arrependida pelo que tinha feito e dizia que havia um meio de quebrar a maldição. Ela esclareceu outras coisas, como o fato de que não voltaríamos a ser humanos até que a maldição se quebrasse e que os empregados só voltariam a envelhecer quando nós voltássemos.
– Há um meio então? E qual é? – eu disse pulando de ansiedade e Edward riu.
– Sabe, em minhas caçadas muitas vezes eu saia machucado e logo descobri que eu cicatrizava incrivelmente rápido. O ruim é que logo depois eu sentia sede de sangue. – ele falou cabisbaixo e isso me chamou para um alerta.
– Quando voltamos da floresta, você...você se alimentou? – eu perguntei corando um pouco. Esse assunto me perturbava.
– Sim, de uma das empregadas. Não se preocupe, ela está bem, eu nunca matei ninguém e nem pretendo. Além do mais, elas se recuperam rápido. – ele parou de falar e ficou me analisando.
De repente senti seus dedos frios em minha bochecha esquerda. Ele a tocava tão delicadamente e de forma tão suave que me fez ter um leve arrepio e corar levemente.
– Você não tem noção do quanto me tenta quando faz isso. – ele disse arfando.
– Isso o-o que? – falei desconcertada.
– Corar. Te deixa tão linda e deliciosa. Seu cheiro fica ainda mais ressaltado. Como me faz querer prova-la... – ele disse descendo sua mão para meu pescoço e acariciando ali.
Tremi fortemente com esse contato e ele na mesma hora retirou a mão. Olhei para baixo desconcertada e senti minhas bochechas arderem.
– Então... – disse tentando mudar de assunto – Por que prendeu meu pai aqui?
– Bem, durante alguns anos tivemos problemas com os moradores locais. Várias pessoas vieram ver o que tinha acontecido conosco e acabaram presas no castelo. Algumas fugiam assustadas com o lugar e acabavam mortas pelos lobos, outras nós levávamos de volta à vila e elas espalhavam a noticia do que viram para os outros e logo tínhamos mais visitas. – será que foi assim que surgiram as lendas? Possivelmente.
– Me desculpe, mas, te interrompendo, por que vocês não levam os empregados para a cidade como vocês faziam com essas pessoas?
– Do que adiantaria? Eles não envelhecem, e até juntarem dinheiro para mudarem para outra cidade as pessoas já teriam notado.
– Oh, sim, faz todo o sentido. Continue.
– Como eu dizia, essas pessoas geravam grandes transtornos, principalmente as religiosas. Demoramos e evitar essas inconveniências. Quando seu pai apareceu ele fugia dos lobos e tentou se esconder no castelo. Subiu procurando por algum morador e me encontrou me alimentando. Sei que já percebeu como meus olhos ficam quando me alimento ou quando estou com raiva, e quando ele viu isso saiu correndo de volta para a floresta. Eu não podia deixar que mais uma pessoa fosse morta, então o capturei e o prendi aqui. Pretendia leva-lo de volta para a cidade depois de conversar com ele e pedir por sigilo. No entanto você apareceu, se ofereceu para ficar no lugar dele e eu aceitei. – ele disse sorrindo para mim.
– Você me enganou! Seu miserável, bastardo! – eu bradei me levantando em um pulo.
– Hora essa, senhorita, eu precisava que você ficasse. – ele sorriu sarcástico.
– Para quê? Para ser sua prisioneira?! – como ele ousava? Ele me enganou, meu pai não estava condenado a ficar preso afinal de contas.
– Tenho meus motivos. – ele disse sério.
– E que motivos são esse? Exijo saber! – eu disse o enfrentando.
– Você não exige nada, senhorita! – ele me enfrentou de volta e eu recuei com medo.
– Meu pai vai contar aos outros. Ele trará alguém para me tirar daqui! – falei petulante empinando o nariz
– E porque ele faria isso? Sabendo que tenho sua filha em minhas mãos, ele tem muito mais a perder do que eu. – ele disse se aproximando de mim e segurando forte meu rosto em uma de suas mãos. – Seu pai é um homem sensato, senhorita, ele sabe que se ele fizer algo que eu não goste a sua vida estará em perigo.
– Teria coragem de me matar? – eu disse arregalando os olhos.
– Antes você do que eu. Você sabe, todos aqui deste castelo dependem de mim para por um fim nessa maldição. Se eu morrer, o que será deles?
– Me surpreende que ninguém ainda tenha tentado mata-lo. Você é desprezível. – falei ríspida, fervendo de ódio por ter sido enganada e agora eu estava à mercê dele.
– Oh, mas já tentaram, minha cara dama. Mas é como eu disse, eles precisam de mim.
– Pobres almas. Depender de um bastardo deve ser terrível. – eu falei com rispidez e seu aperto em meu rosto aumentou. Assim como a raiva em seus olhos.
– Me despreza tanto assim?
– Eu o odeio. – falei com nojo. Por um momento ele pareceu magoado, mas logo a fúria estava de volta em seu olhar.
– É mesmo? – dito isso ele me puxou pela cintura até ficar grudada em seu corpo.
– Me solte! Seu bruto! Arrogante! Bastardo! Mentiroso! – eu batia meus punhos com força no peito de Edward mas de nada parecia adiantar.
Quando eu menos esperava seus lábios frios estavam sob os meus me calando. Ele me beijava com fúria e logo sua língua estava de encontro com a minha. O que estava acontecendo comigo? Meu corpo estava mole, minha cabeça parecia nublada, meu coração doía de tão rápido que batia. Por que eu não o parava? Eu não conseguia pensar, só sentir. Seu corpo estava maravilhosamente colado ao meu, seus braços me apertavam mais perto a ele, minhas mãos estavam em seus cabelos o puxando para mim. Havia urgência em nossos lábios e gemidos escapavam de nós a todo segundo. Então o beijo parou. Seus braços não estavam mais à minha volta e eu estava tonta, tentando entender tudo o que havia acontecido. Escutei uma risada e encontrei Edward sorrindo sarcástico para mim, enquanto tentava ajeitar seus cabelos naturalmente bagunçados.
– Hora, do que está rindo? – perguntei brava.
– Sabe o que dizem senhorita? Que o contrário do amor não é o ódio, e sim a indiferença.
(n/a: obrigada pela dica da frase, Myfanfics, sua linda ;D)
– O que quer dizer com isso? – eu disse confusa e irritada por seu sorriso que não sumia.
– Que esse beijo, senhorita Isabella... – ele se aproximou e tocou meus lábios mas eu me afastei corando fortemente com a lembrança. – ...pode até ter tido um pouco de ódio, mas com certeza eu não senti a indiferença nele. – ele falou e se afastou em direção à porta rindo. – Boa noite.
Ele disse e saiu sem nem ao menos olhar para trás. Grosso! Estúpido! Céus, onde estava com a cabeça quando o deixei me beijar? Meus lábios, antes imaculados, haviam sido violados por aquela... fera! Retornei para os meus aposentos contrariada, irritada e bufando durante todo o caminho. Como ele ousava? Primeiro me usou e depois...roubou-me um beijo! Eu podia sentir seus lábios ainda contra os meus e fiquei irritada comigo mesma quando percebi que havia gostado. Sim, eu havia. Foi uma sensação maravilhosa e eu odiava isso. Como eu posso ter achado maravilhoso o beijo daquele sem educação? Fiquei apenas de camisola e me joguei na cama pensando em nossa conversa.
Ele não havia me respondido quando perguntei como se quebrava a maldição. Maldito! Me distraiu para que ele não tivesse que me falar. E o que ele era? Como ele não podia saber? Será que não suspeitava de nada? O que ele quis dizer com não sentir a indiferença em meu beijo? Tantas dúvidas. Mas isso não ficaria assim, eu iria esclarecer toda essa história. Assim que eu acordasse iria atrás dele.
P.d.v autora
Edward estava na sacada de seu quarto observando a lua com um sorriso bobo. Estava distraído, pensando no beijo que dera em Isabella, mas ouviu quando alguém se aproximou. O som dos cacos de vidro sendo pisoteados diziam-lhe que a pessoa estava vindo para a sacada.
– Sabe, acho que você deveria ser mais cavalheiro, ela aprecia isso.– Alice falou. Ela na certa estava espiando a conversa dos dois por uma das janelas.
– Eu sei, mas é que às vezes ela me irrita.
– Você sempre está irritado.
– Mais de 300 anos enclausurado faz isso. – Edward disse zombeteiro e olhou para a irmã que tinha o semblante fechado. – Vai dar tudo certo. – ele disse adivinhando o que se passava na mente da caçula.
– Se você continuar sendo tão rude eu acho que não haverá esperança.
– Eu não diria isso. – Edward falou sorrindo, voltando a olhar para a lua e lembrando-se do beijo.
Ele no fundo sabia que Isabella havia gostado do beijo. E geniosa como ela era, se não sentisse algo não o teria deixado tocá-la. Ele ainda sentia os lábios quentes da jovem nos seus. Se fechasse os olhos podia sentir ela em seus braços. Tão quente, frágil, tão desejosa. Ele havia se sentido atraído por ela desde que a viu. Às vezes ficava irritado consigo mesmo pelo tanto que a presença da senhorita mexia com ele. Era algo novo, diferente, estranho, que ele negava no inicio ser algo para se dar a devida atenção. Quem era ela afinal? Apenas uma forasteira. Mas agora ele via, ela era mais do que isso. Nunca sentira algo igual, nem por Christal. As coisas começavam a fazer sentido.
– Deus, está apaixonado! – Alice o olhou surpresa. Chegara a pensar várias vezes que isso nunca iria acontecer.
– Não sei ainda, sinto algo novo, mas não posso dizer ainda o que é.
– É paixão, está sorrindo igual a um bobo apaixonado. – a caçula disse e um brilho diferente apareceu em seus olhos.
– Sabe, acho que vou seguir seu conselho. Vou começar a ser mais cavalheiro. – Edward disse lembrando-se do modo que tratou Isabella. Sentiu-se mal logo em seguida. Estranho, há anos não ligava para os bons modos e etiqueta.
Alice nada disse, apenas sorria pensando em contar às boas novas para os demais.
– Como está Esme, saiu do quarto? – Edward perguntou preocupado com a madrasta.
– Está melhor, a febre passou. – Alice falou aliviada. Não gostava de ver a mãe tão mal.
– Ótimo, amanhã levarei Bella para que a conheça.
– Faça isso, ela está aguardando. – Edward assentiu e Alice foi se retirando quando lembrou-se de algo. – Edward, vai contar tudo a Bella?
– Não. – ele soltou um suspiro. – Não quero influenciá-la.
– Entendo. Faz bem, ela pode se sentir obrigada a algo.
– É o que penso.
– Posso mandar as empregadas virem arrumar seu quarto? – Alice falou esperançosa.
– Para quê? Se eu ficar com raiva vou destruir tudo de novo.
– Eu sei, mas Bella pode querer ficar aqui.... – Alice falou pensando em um futuro que Edward considerava fantasioso.
Será que chegariam a tanto? Será que um dia dividiriam os aposentos? Edward achava impossível, mas a fantasia o encantava no momento.
– Tudo bem. Mande-as vir de manhã. – Alice sorriu e saiu do quarto sem falar mais nada.
Sem querer, Alice e Edward estavam alimentando esperanças e imaginando algo que poderia não passar de sonho. Edward se sentiu por um momento feliz. Será que nem tudo estava perdido? Ele esperava que sim.
...
Um pouco longe dali, um homem de quarenta anos residia em sua cama enfermo. Sua única amiga, uma senhora de idade, cuidava dele. Nos últimos dias havia recebido a visita de cobradores. Com o dinheiro emprestado de sua amiga, pôde pagá-los sem problemas, mas um dos cobradores não ia embora. Ele aguardava por Bella.
– Charlie, mais uma vez, onde está Isabella? Preciso ter uma conversa importante com ela. – Jacob falava impaciente.
– Meu jovem, não vê que ele está doente? – a senhora Leah suplicava pela compreensão.
– Já lhe disse, ela está no castelo. Está com aquele monstro! – Charlie falou antes de começar a tossir novamente.
Jacob saiu do quarto contrariado. Precisava saber do paradeiro de Isabella e não conseguia tirar nada daquele velho maluco. Velho maluco? A mente de Jacob começava a funcionar agora bolando uma ideia.
– É isso! – bradou antes de se retirar da casa.
Ele caminhava apressado pelas ruas desertas e escuras. Um sorriso grande brotava em seus lábios. Isabella seria sua agora, disso ele não tinha dúvidas.

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